24 de novembro de 2011

SEVENS - NOVA ÉPOCA TRAZ NOVIDADES

ESTÁ AÍ A NOVA ÉPOCA DOS SEVENS e com ela chegam algumas significativas alterações que vão, por certo, ter repercussões na nossa equipa representativa.

Na verdade a época já começou, com a realização do Elche 7’s, em que os Linces participaram, e que mais não foi que um “aquecimento” para o que se avizinha.


O mais interessante deste torneio, além da participação de seis seleções européias, tem a ver com o fato de pela primeira vez na história dos 7’s na Europa desde que se realizou o primeiro campeonato oficial do continente, uma prova não integrada no Circuito Mundial ou no Circuito da FIRA-ERA mereceu a atenção de federações tão importantes como a inglesa, a francesa, a escocesa ou a galesa.

Se analisarmos isto à vista de que torneios foram ou vão ser incluídos nas Séries Mundiais, veremos que os espanhóis estão definitivamente lançados na corrida pela inserção naquele circuito.

Portugal que durante muitos anos esteve na frente das organizações européias através do Lisboa Sevens, e das repetidas afirmações dos atuais responsáveis de que se candidataria à organização de um torneio da IRB ou, pelo menos, a uma etapa do Circuito europeu da FIRA, nada fez para o conseguir, e cada dia está mais longe de re-conquistar um lugar no imaginário mundial da modalidade.

Não posso deixar de lamentar tal atitude de abandono, que, afinal, reflete a indiferença com que os sevens em geral estão a ser olhados pela equipa de Amado da Silva – as suas repetidas declarações de interesse não passam de tretas que os fatos e as atitudes desmentem a cada dia que passa.

Mas nem todas as opções estão esgotadas e aproveitamos hoje para dizer que ainda existem espaços no calendário europeu e internacional para a realização de mais um ou dois torneios de grande importância, e não estudar este fato com interesse e dedicação não só é uma perfeita estupidez, como um crime de lesa majestade em relação aos interesses do rugby português – já falamos neste tema no dia 24 de Novembro de... 2009 e pena é que as nossas palavras não tenham sido, desde então, tidas em conta, pelo menos em Portugal...

Voltemos agora ao tema de hoje e às alterações que se verificam nas Grand Prix Séries da FIRA (GPS), ou nas Séries Mundiais da IRB (SWS), começando hoje por estas últimas, que se iniciam já neste fim de semana, e deixando o Grand Prix para ser analisado em próxima ocasião.

Há muito tempo já que se ouvia falar do crescimento das SWS de oito para dez torneios, e na possibilidade desse crescimento se dar na América do Sul, mais propriamente na Argentina, na nossa conhecida Mar Del Plata – Portugal participou aí no Mundial de 2001 - e também na Europa continental, como resultado do sucesso dos torneios organizados pela Associação Europeia.

Afinal nada disto se concretizou, e as Séries passaram a englobar nove (e não dez) torneios, sendo escolhido o Japão, numa evidente intenção da IRB de dar importância ao país organizador do Mundial de XV de 2019.

O torneio japonês será realizado em Tóquio nos dias 31 de Março e 1 de Abril, no Prince Chichibu Stadium, que, com capacidade para cerca de 25 mil espectadores, foi construído em 1947 – já nessa altura o rugby era um desporto importante no País do Sol Nascente – com o nome de Tokyo Rugby Stadium, e é não só o quartel general da Federação Japonesa, como a verdadeira sede espiritual do rugby naquele país.

Em 1953 a sua designação foi alterada para Chichibunomiya Rugby Stadium em homenagem ao recém falecido Principe Chichibu, que era um fervoroso desportista, apesar de nunca ter jogado rugby – o estádio sofreu alterações e melhorias em 1973 e 2003, estas já na perspectiva da candidatura do Japão a organizar um Mundial de rugby.

Fala-se, no entanto, que em 2012-2013 o torneio da Argentina será finalmente incluído das SWS, e continua a falar-se do interesse da FIRA em conseguir um lugar para a Europa Continental – falta saber se através de um novo crescimento ou se pela substituição de um dos já existentes, como por exemplo o de Edimburgo, que se tem mantido em níveis de popularidade bem mais baixos que os restantes torneios das Séries Mundiais.

Este crescimento da competição da IRB obrigou a algumas alterações no calendário das mesmas, e acabou por ser o torneio da Austrália a ser deslocado do primeiro fim de semana de Abril para o último de Novembro, passando a ser ele a dar o pontapé de saída na época internacional de sevens no Mundo.

Por outro lado também o local de realização da prova australiana foi alterado, tendo sido transferido de Adelaide para Gold Coast, onde já se realizava um grande torneio internacional em que muitas seleções nacionais participavam com nomes de recurso, ultrapassando os contratos que as prendem à IRB de utilização dos respectivos nomes – como noticiamos em 2009, a Austrália participou como os Aussie Spirit, a Samoa como Samoa Virgin Blues Islanders ou a Papua Nova Guiné como MRDC Menjals.

Para que conste, Gold Coast fica no estado de Queensland, tem cerca de meio milhão de habitantes e é a segunda mais importante cidade da região, atrás da capital regional, Brisbane.

Mas as alterações nas Séries Mundiais não ficam por aqui, e também o local de realização da etapa da África do Sul foi alterado, através de um concurso organizado pela Federação Sul Africana, a que concorreram os Leopards (Federação do Western Transvaal), os Pumas (South Eastern Transvaal), os Eagles (South Western Districts), a Western Province e os felizes vencedores, os Kings (antiga Eastern Province).

Como se vê, enquanto por cá, quem pode e decide se esconde atrás dos custos da empreitada, por esse mundo fora são (quase) sete cães a um osso...

O Torneio, terceira etapa da competição, terá lugar em Porto Elizabeth, no Nelson Mandela Bay Stadium, conhecido como “O Girassol”, construído para o mundial de futebol de 2010, e onde Portugal empatou com a Costa do Marfim, sem golos, e o Brasil foi eliminado pela Holanda (2-1) nos quartos de final.

O estádio tem capacidade para 48 mil espectadores, e a ligação de Portugal com esta região sul africana vem desde o século XV, já que Bartolomeu Dias em 1488, e Vasco da Gama em 1497, foram os primeiros europeus a pisar naquelas terras, conhecidas nos mapas do tempo como “um local com água doce” - a cidade viria a ser fundada apenas em 1820 por colonos britânicos.

Finalmente, para encerrar as alterações nas Séries Mundiais, falta referir que as etapas européias foram trocadas – Edimburgo passa a ser primeiro, e só depois Londres – e adiantaram-se no tempo, sendo agora a primeira disputada no fim de semana 5/6 de Maio, e o último sete dias depois.

Refira-se ainda que os Torneios serão disputados por 16 equipas – com excepção de Hong Kong que terá a participação de 24 seleções – e que 12 delas serão core teams, nos quais, infelizmente, Portugal não se inclui, ficando para os Linces a participação em seis dos nove eventos: Dubai, Porto Elizabeth, Hong Kong, Tóquio, Edimburgo e Londres.



EM TEMPO
Acaba de nos chegar a informação que mais uma equipa de sevens vai participar em torneios oficiais da variante em Portugal.
Trata-se desta vez do Ginásio Clube de Sines, que se estreia no Torneio de Sevens de Leiria, para equipas emergentes, no domingo, 27 de Novembro.
Parabéns ao Henrique Jonatas que levou a ideia à prática e aí está com os "filhotes" ao colo!

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